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Deputadas petistas comemoram paridade de gênero aprovada no 4º Congresso do PT


"Para a maioria de nós, esse era um sonho que ainda parecia muito distante". A frase carregada de emoção da deputadaLuci Choinacki (PT-SC), fundadora do Partido dos Trabalhadores e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e histórica militante do movimento de mulheres, sintetiza bem o significado simbólico da decisão do 4º Congresso Nacional do PT que estabelece paridade de gênero nas direções e instâncias partidárias.

O encontro reuniu cerca de 1350 delegados e delegadas entre sexta-feira (2) e domingo (4), em Brasília (DF). A proposta que garante às mulheres 50% de presença nos cargos de direção, delegações, comissões e cargos com funções específicas de secretarias, aprovada praticamente sem rejeição, foi uma das mais celebradas pelos participantes do evento. A bancada feminina do PT na Câmara Federal, formada por oito deputadas, comemorou a decisão.

"Alô mulherada! Esperamos 20 anos! Agora estamos aqui agradecidas aos companheiros e companheiras que souberam compreender a luta das mulheres dentro do PT. Mulheres do campo e da cidade, mulheres indígenas, brancas e negras que construíram esse Partido. Nós mulheres amanhã estaremos nas ruas dizendo que mais uma vez o PT diz sim para as mulheres", discursou com empolgação a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), logo após a proposta ter sido aprovada em plenário. Sobre a espera de 20 anos, Benedita se referia à cota de 30% para mulheres nas direções partidárias, criada pelo partido em 1991.

"O PT mais uma vez faz história. Vinte anos atrás aprovamos a cota de 30% e agora avançamos. Essa decisão, que tem um caráter político-pedagógico muito importante, terá um impacto positivo na vida organizativa do partido, mas, acima de tudo, terá uma repercussão para além do PT, pois vai estimular a participação de mais mulheres na política", avalia a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), presidenta da Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

Para a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), coordenadora da bancada feminina na Câmara, a medida mostra a "maturidade" do PT. "Venceu o PT inovador, que sempre abre os caminhos, para que os outros sigam exemplos. Não se faz democracia sem a participação efetiva de 52% da população brasileira", argumentou Janete à Rede Brasil Atual.

Mudança cultural - Para as parlamentares petistas, a participação de mais mulheres na política é tanto um desejo quanto uma estratégia para mudar a própria cultura política.

A deputada Marina Sant'Anna (PT-GO) cita a ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, para defender essa tese. "Se uma mulher entra na política, a mulher muda. Se muitas mulheres entram na política, muda a política", lembrou a parlamentar goiana.

"Somos uma minoria política, mesmo sendo maioria da população", afirmou Eliane Rolim (PT-RJ). "Essa decisão é um grande passo no caminho para termos mais voz e mais espaço num país marcado por tantas injustiças na questão de gênero", complementou Eliane.

"Só um partido como PT poderia ter esse tipo de iniciativa. As cotas fazem parte do processo de mudança cultural", acrescentou Luci Choinacki.

Para a deputada Dalva Figueiredo (PT-AP), a decisão do PT é oportuna também para fortalecer o debate em torno da reforma política. "É um grande exemplo pra sociedade e nos coloca à frente para discutirmos a reforma política, de modo que garantamos uma maior participação política das mulheres. Essa decisão, tomada pelo maior partido do País, reafirma a ideia de que homens e mulheres devem ter condições de participar de forma igualitária da vida política brasileira", declarou Dalva.

Marina Sant'Anna concorda e também elogia a criação das cotas de 20% para negros (as) e jovens nas direções e instâncias do PT. "Essa medida tem um brilho especial porque joga luz sobre a reforma política. Num momento em que poderia cair na tentação de reforçar a lógica de concentração de poder, o PT dá uma lição - abrindo espaços para negros e para jovens - ao País e aos demais partidos e sinaliza que é importante e desejável que as legendas se renovem e se democratizem internamente", enalteceu Marina.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) foi outra que louvou o protagonismo histórico do PT com esta decisão aprovada no seu congresso. "A paridade de gênero nos fará avançar na construção de uma sociedade que supere a lógica sexista. O PT tem funcionado como um farol, como uma antena do progresso para a sociedade brasileira. A eleição do primeiro operário e da primeira mulher a governarem o País atesta esse papel diferenciado que vem sendo cumprido ao longo da história do partido", apontou Erika.



Rogério Tomaz Jr. com Portal PT e Rede Brasil Atual

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