A presidente Dilma Rousseff disse que não faz política de toma-lá-dá-ca e negou ter sido forçada a atender exigências de aliados, durante entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, veiculada na noite deste domingo. "Eu nunca dei nada a ninguém que eu não quisesse", afirmou. A primeira parte foi gravada no Palácio da Alvorada e o segunda, no Planalto.
"Você me dá um exemplo do"dá cá"que eu te explico o"toma lá", respondeu Dilma à jornalista Patrícia Poeta, quando questionada sobre pressões dos partidos de sustentação do governo. Em seguida, a presidente amenizou:" Tô brincando contigo ". Dilma disse que não se sente refém das bancadas aliadas no Congresso.
A presidente afirmou que o combate à corrupção" jamais se encerra "e que não gostaria de trocar mais ministros, depois da saída de quatro deles em apenas três meses. A presidente rejeitou o termo faxina para as ações contra desvio de dinheiro públicos." Faxina começa às 6h da manhã e, às 8h, ela já acabou ", comparou.
Lembrada que algumas demissões estão ligadas à suspeita de corrupção, Dilma, sem citar nomes, disse que os ex-ministros" ainda não foram julgados, então não podem ser condenados "." Eu espero nunca trocar nenhum ministro e muitos deles eu não troquei exatamente por isso (corrupção) ", respondeu a presidente, citando Nelson Jobim, que deixou o Ministério da Defesa em agosto. Também saíram do governo o petista Antonio Palocci (Casa Civil), o dirigente do PR Alfredo Nascimento (Transportes) e o peemedebista Wagner Rossi (Agricultura).
Novo imposto
Dilma chamou a CPMF de" um engodo ", por não ter destinado recursos para a saúde, e se disse contra o imposto. Reiterou, no entanto, que o País terá que encontrar uma nova fonte para suprir o" inexorável "aumento de gastos no setor. Quando questionada sobre a possibilidade de um novo imposto para financiar a saúde, a presidente foi clara:" Sou contra a CPMF, hein. "Em seguida, disse que" a população é contra "porque" a CPMF foi feita para ser uma coisa e virou outra "." Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro da saúde não para a saúde ", respondeu a presidente.
À inevitável pergunta sobre a fama da durona, Dilma disse que dá" bronca meiga "e que, se houvesse um presidente homem, não seria chamado de" durão "."Eu tenho que achar que (...) vai sair um pouco mais perfeito e que a gente vai conseguir. Se eu não fizer isso, eu não dou o exemplo e as coisas não saem", disse.
Embora tenha chamado o cabeleireiro Celso Kamura a Brasília para fazer o penteado e a maquiagem que exibiria no programa, Dilma contou que, no diaadia, cuida sozinha do próprio visual. Disse estar bem de saúde e revelou que, depois de curada do câncer, faz revisões médicas a cada seis meses." A questão do câncer é resolvida quando se consegue detectar cedo ", comentou.
Rita Bizerra, com agências
Comentários
Postar um comentário