Prof. Gretz
Elas estão em toda parte: no trabalho, na política, na mídia, nos esportes, participando de espaços que antes eram tipicamente masculinos. Há 30 anos faço palestras em eventos empresariais e percebo que público feminino vem crescendo e a sensibilidade da plateia está mudando. Isso exige muito mais perspicácia do palestrante, pois mulheres e homens reagem de modo diferente. Em alguns momentos, dirijo-me a elas, porque sei que os homens vão, no máximo, achar engraçado, enquanto elas se empolgam.
Um dos maiores desafios que o homem enfrenta no dia a dia é saber o que se passa na mente e no coração de uma mulher. Shakespeare já dizia: “Quase sempre as mulheres fingem desprezar o que mais vivamente desejam”. E Victor Hugo deixou-nos a seguinte dica: “Quando uma mulher estiver falando com você, escute o que ela diz com seus olhos”. Frases como essas, escritas há séculos, mostram que as diferenças de linguagem entre homens e mulheres são tão antigas quanto a humanidade. As mulheres de hoje, falando todas ao mesmo tempo numa mesa de restaurante, por exemplo, não diferem muito, na essência, da mulher pré-histórica: enquanto os homens saíam para caçar e não podiam fazer barulho para não espantar a caça, elas cuidavam de toda a vida na comunidade, provavelmente falando o tempo todo umas com as outras e com as crianças.
Segundo um recente estudo de historiadores ingleses, foi por causa da habilidade de compartilhar informações sociais que a espécie humana chegou ao atual estágio evolutivo, formando sociedades mais complexas do que qualquer outro grupo de animais. Portanto, as mulheres seriam as principais responsáveis pelo progresso da civilização, já que a capacidade de interagir dividindo informações uns com os outros é, antes de tudo, um talento feminino.
Outros pesquisadores afirmam algo que podemos conferir em nossa casa: a mulher tem um estoque de pelo menos 10 mil palavras para usar a cada dia, e o homem não chega à metade disso. Quando o marido chega em casa depois de um dia de trabalho, é bem provável que já tenha esgotado sua cota diária de palavras, enquanto ela ainda tem uma infinidade de assuntos a serem falados…
Fiz esses comentários em meu livro recém-lançado – “Mulher não fala muito, mulher pensa alto” – buscando entender por que a mulher fala mais do que o homem. Observo durante as palestras que elas levam em conta uma série de detalhes que eles não consideram importantes. Então pergunto ao leitor: você tem certeza de que os detalhes valorizados só pelas mulheres são realmente irrelevantes? Vale a pena prestar mais atenção à percepção feminina.
Aprendi muito (e me diverti) escrevendo esse livro, e espero que seja divertido e esclarecedor também para os leitores. Não foi escrito apenas para os homens entenderem um pouco mais as mulheres, mas também para que as mulheres saibam como lidar melhor com os homens. Tanto nas relações afetivas quanto na vida profissional, ambos terão muito a ganhar se compreenderem melhor o chamado “sexo oposto”. Como diz o subtítulo do livro, são reflexões bem humoradas para uma ótima vida a dois.
Postado por Rita Bizerra
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