A oportunidade de ganhar dinheiro no Brasil é vista com muito interesse no Paraguai, mesmo em condições de trabalho ilegal.
Mulheres vindas de vários países vizinhos da América do Sul estão preenchendo as vagas deixadas por babás e domésticas brasileiras que optaram por outras profissões.
A oportunidade de ganhar dinheiro no Brasil é vista com muito interesse no Paraguai, mesmo em condições de trabalho ilegal.
No meio da multidão, paraguaias em busca de um sonho: melhorar de vida. A Ponte da Amizade virou porta de entrada para mulheres contratadas para trabalhar na casa de brasileiros. Com uma câmera escondida, nossos produtores foram em busca dessas trabalhadoras em Cidade do Leste, no Paraguai.
Numa loja, a vendedora fala sobre uma candidata. Por telefone, a candidata diz já ter trabalhado no Brasil. Ela revela um esquema usado por algumas paraguaias, que vem trabalhar no Brasil.
Doméstica: qualquer um que vai viajando. Não fala nem turismo, nem nada. Só faz uma entrada normal como qualquer outro.
A responsável por uma agência de empregos, em Cidade do Leste, incentiva o esquema. Por telefone, ela explica que - a cada três meses - a doméstica precisa voltar ao Paraguai.
“A partir do momento que se encontra em situação irregular, ela vai receber um salário muito ínfimo, às vezes varia de R$ 150 a R$ 200 por mês. São pessoas mais humildes que estão em condições sub-humanas nos países delas e vêm no território nacional tentar uma condição melhor”, avisa o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Perin.
De acordo com a Polícia Federal, quem entra no Brasil como turista só pode ficar no país por três meses e é proibido trabalhar, mas há meios das mulheres estrangeiras serem contratadas como empregadas domésticas no Brasil de forma legal.
Para quem vem do Mercosul, o primeiro passo é tirar uma "carteira de registro temporário para estrangeiros", na Polícia Federal. Basta levar documentos e atestado de antecedentes criminais. A taxa é de R$ 150.
Depois, é preciso fazer CPF e carteira profissional. Com isso, o imigrante consegue os mesmos direitos dos brasileiros por até dois anos.
Rita Bizerra, com globo.com
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