Histórias dos mais de 30 anos de carreira, dos tempos da infância no sertão da Paraíba, entre outras, sertão contadas hoje, às 20 horas, no Anfiteatro do Dragão do Mar, pela cantora Elba Ramalho, que deverá entremear tudo com canções que marcaram sua obra.
A apresentação combina show e entrevista, formato da Série Depoimentos, que recebe um artista a cada dois meses. Flávio Venturini, Raimundo Fagner, Paulinho Moska, Leila Pinheiro e Luiz Melodia já passaram pelo projeto em Fortaleza.
“Eu gosto de conversar sobre minha infância, sobre o meu pai que era músico e dono de um cinema. Se o público quiser saber sobre isto, eu falo sim. Se me deixarem falando livremente, eu vou falar um dia inteiro.Sobre infância, sobre herança musical, sobre teatro, minha ida ao Rio de Janeiro, Chico Buarque e 30 anos de carreira”, responde Elba em entrevista por e-mail.
Elba fez da música profissão na década de 1970, depois de participar do elenco da montagem original de A ópera do Malandro, de Chico Buarque, e lançar em seguida o LP Ave de Prata, em 1979, composto quase integralmente por composições de artistas nordestinos como Dominguinhos, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Jackson do Pandeiro e Sivuca. A exceção foi Não sonho mais, de Chico Buarque.
A partir de então sua carreira deslanchou, consolidando-se como uma das melhores intérpretes da música brasileira, com pontos altos em discos como Leão do Norte, lançado em 1996 e vencedor do prêmio de “Melhor Show do Ano” concedido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo, e na série “Grande Encontro”, ao lado de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Alceu Valença.
“Foi uma geração brilhante, de pessoas privilegiadas que influenciaram muita na minha carreira”, escreve sobre os artistas nordestinos que despontaram a partir da década de 1970. “Fagner, Belchior, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu, Moares Moreira e muitos outros artistas foram importantes para a formação da nossa música. Acima de tudo, somos brasileiros e a nossa música é ótima”.
Grammy Latino
Mais recentemente, o CD Qual o Assunto que mais lhe interessa? lhe rendeu em 2008 o Grammy Latino na categoria regional contemporâneo. Seu último trabalho, Marco Zero ao vivo, também é finalista do prêmio este ano, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras.
“O que me dá mais prazer é cantar, e canto o que eu quero cantar. Posso dizer com toda propriedade que eu só canto o que eu gosto de cantar. Estou em pleno exercício de cantar com muita satisfação. Tenho muitas ideias para os próximos trabalhos. Os últimos dois discos ganharam o Grammy Latino e meu trabalho atual também está relacionado entre os finalistas deste ano. Acho que estou no caminho certo”, avalia Elba sobre seu momento atual. A cantora ainda adianta: “Quero muito gravar um disco cantando Chico Buarque. Eu era atriz, e foi Chico que me revelou para a música. Quero muito realizar este projeto”.
Serviço
Série Depoimentos com Elba Ramalho
Quando: hoje (26), às 20h
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