Está em debate em alguns estados norte-americanos a introdução de emenda constitucional para que o óvulo humano fertilizado adquira status de pessoa legal. Os defensores do que chamam de “emenda da pessoalidade” esperam assim remodelar o debate nacional sobre o tema, mas a tática divide até mesmo as lideranças antiaborto. A proposta também limita o uso de contraceptivos e pode impedir que médicos salvem uma mulher cuja gravidez represente risco a sua vida.
Adversários da nova proposta procuram esclarecer que a emenda não apenas impede a realização de abortos, como muitos pensam, e alertam que ela também poderá limitar o uso de contraceptivos e deixar os médicos com medo de salvar uma mulher cuja gravidez representa um risco a sua vida.
Tribunais federais quase certamente declararão a emenda inconstitucional uma vez que contradiz o direito da mulher ao aborto nas primeiras semanas da gravidez, analisa o advogado conservador James Bopp Jr., conselheiro geral do Direito Nacional à Vida. "Do ponto de vista de proteger a vida em gestação, é completamente inútil", disse ele. "E se chegar ao Supremo Tribunal Federal, o tribunal pode determinar uma política de aborto ainda mais extrema."
"Uma vez que você reconhece que a maioria dos óvulos fertilizados não se torna uma pessoa, então você reconhece que essa proposta é absurda", disse Hines. Ele teme graves consequências para médicos e mulheres que lidam com a gravidez ectópica ou outras gestações perigosas e tratamentos de fertilização in vitro. "Com isso, vamos deixar o legislativo, o governador e os juízes decidirem o que é melhor para o paciente", disse ele.
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