Estudo revelou que 10% das jovens atendidas nos serviços públicos de saúde apresentam infecção por clamídia, doença sexualmente transmissível que, além de causar infertilidade, pode aumentar de três a seis vezes o risco de infecção pelo HIV.
A pesquisa realizada em âmbito nacional pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, avaliou 2.071 jovens entre 15 e 24 anos atendidas nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS); 4% delas também tiveram resultado positivo para gonorreia.
A clamídia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe ao bebê na passagem pelo canal do parto. A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas também pode atingir a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares.
Não há vacina contra a clamídia. A única forma de prevenir a transmissão da bactéria é através do sexo com preservativos. Uma vez instalada a infecção, o tratamento deve ser realizado com o uso de antibióticos específicos e deve incluir o tratamento do parceiro a fim de garantir a cura e evitar a reinfecção.
"A mulher infectada pela Chlamyda trachomatis durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical, na hora do parto, o recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite e pneumonia", explica o médico coordenador do estudo, Valdir Monteiro Pinto.
DST que mais causa infertilidade
As infecções causadas pela clamídia estão entre as DSTs que mais geram quadros de infertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), três em cada quatro mulheres com infertilidade tubária têm a doença. E a cada ano surgem cerca de 92 milhões de novos casos de clamídia em todo mundo. Entretanto, apenas uma pequena parcela é diagnosticada e tratada, já que a doença é silenciosa, com 80% dos casos assintomáticos nas mulheres e 50% nos homens.
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