O prazo vale também para que a pasta envie documentos sobre contratos firmados no programa Segundo Tempo. Assim que as informações chegarem, serão enviadas para a análise do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
A ministra também determinou um prazo de 48 horas para que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) envie o inquérito contra o ex-ministro do Esporte e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), também para que Gurgel avalie se as duas investigações devem, de fato, correr juntas.
Cármen Lúcia não deferiu, porém, pedidos para ouvir algumas pessoas, entre elas o próprio Orlando, argumentando que, primeiro, precisa saber se eles já prestaram depoimento anteriormente.
Orlando é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes.
Enquanto isso
Na Câmara dos Deputados, ontem, a oposição estragou as pretensões do ministro Orlando Silva, de seguir uma “agenda positiva” e falar apenas da Lei Geral da Copa durante audiência pública. O ministro enfrentou uma série de constrangimentos logo que chegou ao plenário 7 da Câmara.
Antes mesmo do início da fala do ministro, os líderes da oposição pediram para falar e atacaram Orlando Silva, solicitando a sua saída do Ministério do Esporte. “A vinda de vossa excelência ao Congresso hoje é uma afronta ao povo brasileiro. A população quer o senhor anos luz distante da Copa do Mundo”, disse o líder do DEM, ACM Neto (BA).
O democrata afirmou que Orlando “não tem mais condições” de seguir a frente do ministério. Duarte Nogueira (PSDP-SP) disse que o ministro deveria deixar o ministério enquanto é investigado.
Orlando Silva, porém, não respondeu aos questionamentos. Tentando demonstrar tranquilidade usou os 25 minutos de sua exposição inicial apenas para falar da Copa do Mundo. Fez uma exposição sobre a Lei Geral da Copa destacando diversos pontos do projeto do Executivo e se disse à disposição para falar desse tema.
O presidente da comissão, Renan Filho (PMDB-AL), impediu que a oposição cobrasse de Orlando uma resposta às denúncias. Ele cortou a palavra do líder do PPS e ao responder ao tucano Duarte Nogueira reforçou que o tema é a Copa. Afirmou que o ministro só falará de outro tema se desejar. Na sequência, o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), fez elogios a Orlando e reiterou que a audiência é para falar somente do evento. (das agências)
SAIBA MAIS
O ministro Orlando Silva afirmou ontem que “não há nenhum fato novo” que altere a sua condição de inocente, ao responder sobre o inquérito aberto pelo STF. “Quem solicitou que fosse feita toda a apuração daqueles fatos fui eu. Para mim, não há nenhum fato novo que altere a minha condição de inocente”, disse após participar de audiência na Câmara.
Quem saiu em defesa do ministro, ontem, foi o vice-presidente Michel Temer. Para ele, Orlando Silva tem uma reputação “indestrutível”. Na sua avaliação, ele “faz um belíssimo trabalho. A reputação dele, acho que, sem dúvida alguma, é indestrutível”, disse Temer.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destacou que o inquérito no STF “não é uma sentença condenatória”. “É uma decisão que determina a realização de uma investigação criminal. Logo, não se pode prejulgar nada”, disse o ministro.
Rita Bizerra, com assessoria
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