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Três mulheres são as ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz


O Comitê Nobel da Noruega anunciou como ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz: a presidente da Libéria, Ellen Sjohnson-Sirleaf, a militante pela paz também liberiana Leymah Gbowee e a ativista iemenita da Primavera Árabe, Tawakkul Karman. As três foram escolhidas por suas participações em processos de pacificação e na busca de segurança para as mulheres e garantia de seus direitos.

Leymah Gbowee, ativista liberiana

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Para se eleger a primeira presidenta da Libéria, Johnson-Sirleaf contou com a ajuda da ativista africana Leymah Gbowee, que ajudou a organizar o movimento de paz que colocou fim à Segunda Guerra Civil da Libéria, em 2003, e conduziu à eleição da também ganhadora do Nobel. Formou-se em terapia e trabalhou com os meninos soldados de Taylor após o fim do conflito.

A também liberiana Leymah Gbowee é o rosto mais conhecido do seu país no que tange aos esforços de paz. Trabalhou com mulheres e crianças que atuaram como soldados para Charles Taylor. Foi quando ela percebeu que "qualquer mudança dentro da sociedade (liberiana) teria de partir das mães".

Gbowee já recebeu diversos prêmios por seus trabalhos humanitários, sobretudo em relação aos direitos das mulheres, e desde 2006 ocupa o cargo de diretora-executiva da Rede Paz e Segurança – África, organização que trabalha com mulheres na Libéria, Costa do Marfim, Nigéria e Serra Leoa para gerar transformações positivas através do ativismo pela paz, educação e política eleitoral.

Ellen Sjohnson-Sirleaf, presidente da Libéria

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Johnson-Sirleaf, de 72 anos, era uma forte candidata ao prêmio por ser a primeira mulher africana eleita presidenta democraticamente, por ter colocado um fim ao conflito armado na Libéria e contribuído à queda do presidente anterior, Charles Taylor, julgado por crimes contra a humanidade por um tribunal internacional.


Nascida na capital Monróvia em 1938, Johnson-Sirleaf chegou ao poder nas eleições de novembro de 2005, ao vencer seu principal oponente, o ex-jogador de futebol George Weah.


A luta contra a corrupção e por profundas reformas institucionais na mais antiga república da África ao sul do Saara, sempre esteve no centro de sua ação política a levou para a prisão em duas oportunidades nos anos 1980 sob o regime de Samuel Doe.

Tawakkul Karman, jornalista e ativista iemenita

Tawakkul_Karman

Tawakkul Karman, 32, é uma opositora do regime do presidente do Iêmen, Abdullah Saleh, e chegou a ser ameaçada de morte ao recusar um cargo no governo do país. Ele lidera principalmente um movimento de resistência da juventude iemenita, embora também tenha ligações com partidos políticos do país, no caso o Islah.


A jornalista e ativista do Iêmen Tawakkul Karman se divide entre a atuação no partido de oposição , Islah, e a direção da organização Women Journalists Without Chain ("Mulheres Jornalistas sem Correntes"), fundada por ela em 2005. Mãe de três filhos, é uma das ativistas mais atuantes na busca de mais espaço e poder para as mulheres e mais atenção aos direitos humanos.

No início deste ano, ela já havia sido premiada com o Internacional Women of Courage Award (Prêmio Internacional Mulheres de Coragem). Na cerimônia realizada nos EUA, recebeu elogios da primeira dama americana, Michele Obama, e da secretária de Estado, Hillary Clinton, por sua luta pelos direitos das mulheres.

"Estou muito feliz com este prêmio. O dedico à juventude que está fazendo a revolução no Iêmen e à população iemenita", disse ela à Associated Press ao comentar o prêmio.
É a primeira vez em que três mulheres recebem, juntas, o Nobel da PazNos 110 anos de entrega do Nobel, 15 mulheres receberam o prêmio pela Paz, incluindo as três deste ano. O número de homens é 85.

43 mulheres já receberam um Prêmio Nobel entre 1901 e 2011: 15 Paz; 12 Literatura; 10 Medicina; 4 Química; 2 Física; 1 Economia.

Prêmio envia recado a novos líderes árabes

"O triplo prêmio Nobel da Paz, anunciado ontem na Noruega, foi visto como um reconhecimento do papel da mulher nos processos de paz e de mudanças política e social. Ao escolher estas três mulheres, o comitê do Nobel destaca, ainda, a luta pela reconciliação nacional na Libéria e os movimentos pró-democracia da Primavera Árabe."
"— Não podemos conseguir a democracia e uma paz duradoura a menos que as mulheres obtenham as mesmas oportunidades que os homens — disse Jagland, ex-premier da Noruega. "

"O prêmio foi elogiado por vários governantes e grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, ganhador do Nobel da Paz em 2009, destacou que países que respeitam as mulheres são mais bem-sucedidos."


Rita Bizerra, com O Globo

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