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Desenvolvimento econômico das mulheres deve ser acompanhado do compartilhamento das responsabilidades


Acaba de ser lançado o Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher, que tem o objetivo de articular e mobilizar o setor produtivo para a realização de ações que contribuam para transformar as vidas de milhares de brasileiras, tanto dentro como fora das empresas.

Na cerimônia de lançamento da iniciativa, batizada de +Mulher360, foi lembrado que não basta dar oportunidades de trabalho para as mulheres, mas é preciso também criar mecanismos para o compartilhamento das responsabilidades domésticas e do cotidiano.

A iniciativa conta, até o momento, com a participação de 50 empresas (Walmart, Unilever, Nestlé, Kraft, Coca-Cola, Pepsico, HP e outras) e o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e da ONU Mulheres, além da colaboração de várias organizações não-governamentais, como (Ashoka, Fundo Elas, Instituto Ethos, GIFE, Instituto Patricia Galvão entre outras).

Veja a seguir trechos de entrevista exclusiva de Tatau Godinho, secretária de Planejamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, e da apresentação de Lais Abramo, diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT), ambas presentes ao lançamento do +Mulher360:

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Avançar a responsabilização no lugar de trabalho com o cuidado infantil fortalecerá as condições para que as mulheres possam galgar possibilidades de igualdade econômica e salarial

Tatau Godinho - secretária de Planejamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

É importante envolver a área empresarial na construção de um debate da igualdade das mulheres no mundo do trabalho. Se não houver mudanças nesse sentido, só será cobrado das mulheres um melhor desempenho, sem dar a elas igualdade efetiva para esse desempenho. As mulheres entram cada vez mais no mercado de trabalho, mas ainda estão carregando toda a responsabilidade acumulada com o trabalho doméstico, com os cuidados com as crianças e os idosos. É fundamental, portanto, que sejam construídos mecanismos de ampliação dessa dinâmica de responsabilização prioritária das mulheres com o cuidado e o cotidiano. As empresas e o poder público devem ter responsabilidades compartilhadas.

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O desenvolvimento econômico das mulheres depende, em grande medida, da eliminação dos mecanismos que reproduzem as desigualdades de gênero na sociedade e no mercado de trabalho

Laís Abramo - socióloga e diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT)
(61) 2106.4600 - brasilia@oitbrasil.org.br

Vivemos um momento de grandes oportunidades e desafios e por isso é tão importante essa proposta de promoção do desenvolvimento econômico e a autonomia das mulheres. Se as mulheres, que representam mais da metade da população do país e quase a metade da forca de trabalho, encontram barreiras ligadas às condições de gênero para exercer as suas capacidades produtivas, perdemos todos: perdem elas, perdem as suas famílias, perdem as empresas, perde a sociedade. O papel do Estado, sem dúvida, é central. Mas o papel das empresas também é fundamental como a promoção de medidas de conciliação no sentido de minimizar os impactos das mulheres no trabalho.

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