As mulheres investem no empreendedorismo pela mesma razão que os homens
O empreendedorismo feminino tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas e as brasileiras estão entre as mais empreendedoras do mundo. Estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2010 mostra que as mulheres são metade dos empreendedores brasileiros (49,3%), o que representa 10,4 milhões de mulheres comandando suas empresas.
Um levantamento feito pelo Sebrae aponta que de cada 100 Empreendedores Individuais (MEI), 45 são mulheres. E cerca de 61 mil delas estão à frente de uma franquia, que fatura até 32% a mais do que as lojas gerenciadas por homens, segundo a consultoria Rizzo Franchise, especializada nesse tipo de negócio. Ao todo, as mulheres são responsáveis pelo sustento de 35% dos lares brasileiros.
O aumento da participação feminina na vida econômica do país está intimamente ligado ao avanço delas na formação educacional e também nas mudanças na estrutura familiar. Hoje, as famílias possuem menor número de filhos e novos valores relativos à inserção da mulher na sociedade.
As mulheres investem no empreendedorismo pela mesma razão que os homens, ou seja, visando o sustento de si mesmas e de suas famílias, o enriquecimento de suas vidas com uma carreira e pela independência financeira.
Segundo a economista e pesquisadora Gina Paladino, que acompanhou o estudo GEM 2010, entre as principais características femininas no empreendedorismo estão um maior nível de preparo: elas planejam melhor e procuram compreender mais o mercado onde atuam.
Quanto aos empreendimentos criados pelas mulheres, a taxa de sobrevivência é maior. São negócios menores e tendem a estar no setor de serviços, como aponta levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) para a pesquisa GEM 2010. Em 33% dos casos, as mulheres preferem atividades ligadas ao comércio varejista, 20% investem em alimentação, e 12% na indústria de transformação.
Para Ana Fontes, diretora da Rede Mulher Empreendedora, as mulheres têm um jeito diferente de fazer negócios: elas são mais participativas e menos agressivas na gestão. “Elas gostam de trocar ideias com parceiros, funcionários e colaboradores e também são mais cautelosas”, explica. Isso faz com elas se planejem melhor, mas também progridam de forma mais lenta.
Percebendo a tendência crescente das mulheres em atividades empreendedoras, o Sebrae implementou em 2004 o “Prêmio Mulher de Negócios” para reconhecer as mulheres que investiram em seus sonhos. Voltado para proprietárias de micro e pequenas empresas ou membros de grupos de produção formal (cooperativas e associações), o prêmio é composto pelas etapas estadual e regional. As finalistas concorrem ao prêmio nacional e a vencedora de todas as etapas é convidada a conhecer um polo de empreendedorismo em uma viagem internacional.
Segundo Vera Lucia Isaias, analista de gestão empresarial do Sebrae-SP, o prêmio é uma oportunidade de reunir belas histórias de determinação e persistência. “Estas mulheres mostram que têm foco, se arriscam com cautela, mas chegam lá com lições de vida que inspiram muitas outras empreendedoras”, afirma.
Rita Bizerra, com PB
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