A agência Bloomberg escreveu
uma reportagem mostrando como foi construída a fortuna da mulher mais
rica do Brasil, Dirce Navarro de Camargo, dona da Camargo Correa, um
império que atua em 17 países, emprega 58,4 mil pessoas e faturou R$ 5,2
bilhões no ano passado.
Dirce é dona de uma fortuna de US$ 13 bilhões, segundo cálculos da
Bloomberg. Viúva de Sebastião Camargo, morto em 1994, ela mantém uma
postura discreta, raramente aparecendo na mídia. Não vai à imprensa nem
para falar da própria empresa, cuja administração ela deixa nas mãos de
profissionais.
Atualmente, ela é a terceira pessoa mais rica do Brasil (atrás de
Eike Batista, com US$ 21,1 bilhões, e Jorge Paulo Lemann, com US$ 17,4
bilhões) e 59ª do mundo. A maior fortuna do planeta ainda é do mexicano
Carlos Slim.
Contratos públicos
Sebastião Camargo, nascido em 1909, se virava na adolescência
transportando areia em cima de burros. Aos 30 anos, montou uma empresa
com dois sócios, cujas participações logo foram compradas pela família
Camargo.
Já nos primeiros dez anos de existência, a companhia ganhou contratos
públicos para rodovias e estradas de ferro. No governo Juscelino
Kubitschek, participou da construção de Brasília.
Nos governos militares, a companhia participou de projetos ainda
maiores na área de infraestrutura, incluindo o metrô de São Paulo, a
rodovia Transamazônica e a ponte Rio-Niterói.
A Bloomberg cita uma declaração de Dirce dada à Folha de S.Paulo
em 1990: “O maior progresso do Brasil ocorreu durante o governo
militar”. Nesse período, lembra a agência, Sebastião foi condecorado com
um diploma da Escola Superior de Guerra.
Mas a companhia continuou crescendo nos governos civis. Nas
privatizações dos anos 1990, o conglomerado comprou a CPFL (Companhia
Paulista de Força e Luz) e obteve concessões de rodovias que formaram a
empresa CCR.
Após a morte de Sebastião, a empresa continuou se expandindo. Hoje,
um quarto da dívida do grupo é de empréstimos concedidos pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo a
agência de classificação de risco Fitch.
Em 2010, a Camargo Correia esteve entre os maiores doadores a
campanhas políticas, tendo colocado, ao todo, R$ 23,5 milhões nos cofres
de PT, PMDB e PSDB.
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