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Na Alemanha, a vez das mulheres de talento


Brigitte Lammers tem viajado muito ultimamente, atravessando a Alemanha de ponta a ponta, com estadas em Frankfurt, Munique, Dusseldorf e Hamburgo. E também fazendo viagens ao exterior. E sempre com a mesma finalidade: vai em busca de mulheres talentosas.

Brigitte, 49 anos, chefia o escritório em Berlim da empresa de headhunting Egon Zehnder International. Entre seus clientes estão grandes empresas listadas no índice DAX de ações de primeira linha, todas com o mesmo problema: durante anos não se empenharam muito para ter mulheres em postos de alto escalão e agora tentam reverter a escassez de mulheres em posições de chefia e nas próprias diretorias.

Em novembro, a Comissão Europeia aprovou uma proposta da comissária de Justiça Viviane Reding obrigando que, até 2020, 40% dos assentos em diretorias não executivas de grandes empresas com ações em Bolsa sejam ocupados por mulheres. Diante das pesadas sanções estabelecidas, as empresas alemãs estão em busca de um segmento de mão de obra com o qual até agora pouco se preocupavam.

Para preencher os cargos nos conselhos executivos, as empresas recrutavam pessoas de outras diretorias executivas, e da mesma maneira para os cargos no conselho de supervisão. E como era difícil haver mulheres ocupando aqueles cargos, as vagas eram preenchidas por mais homens.

Para reverter essa norma, Brigitte prefere fazer suas buscas num nível mais inferior da hierarquia administrativa. Mulheres que dirigem um departamento legal ou o que zela pelo cumprimento das normas, diz ela, são tão qualificadas quando seus parceiros numa consultoria de administração, da mesma maneira que aquelas que advogam na área financeira e regulatória. As mulheres em todas essas áreas têm hoje muito mais possibilidades de subir aos níveis mais altos da administração.

Mudanças
O ano de 2013 será muito importante, de eleições dos conselhos de supervisão de empresas alemãs, já que metade dos seus membros, por lei, representam os investidores, enquanto a outra metade representa os empregados. Entre as empresas listadas no índice DAX de 30 ações, os mandatos de 71 membros dos conselhos de supervisão que representam os investidores expiram este ano, o que equivale a quase um terço do total de assentos adjudicados aos acionistas.

Os conselhos de supervisão não podem intervir nas operações comerciais de uma empresa, mas nomeiam os membros dos conselhos de administração. E, quanto mais mulheres ocuparem os assentos, maior as possibilidades de elas também contratarem outras mulheres na administração da companhia.

Na Siemens, Güler Sabanci, 57 anos, CEO da Turkish Airlines e diretora de administração da Sabanci Holding, passou a fazer parte do conselho, que já contava com outras mulheres. Ann-Kristin Eichleitner, 46 anos, diretora do Centro de Estudos Financeiros e Empresariais na Universidade Técnica de Munique, foi nomeada para o conselho de supervisão da Munich Re no início de janeiro. Ela será a quinta mulher de um conselho diretor composto de 20 membros.

Ann-Kristin já faz parte das diretorias da varejista Metro AG, da GDF Suez e do Linde Group, empresa de engenharia e gás, onde também deverá ocupar no próximo ano um assento no Conselho de Administração.

Cultura ainda precisa ser mudada
É provável que o aumento no número de mulheres em posições executivas seja resultado da pressão da sociedade e do temor de repercussões legais. Em outubro de 2011, somente 42 mulheres ocupavam assentos representando o investidor nos conselhos de 160 companhias listadas nos índices DAX, MDAX, SDAX, e TecDAX. Em outubro de 2012 o número mais que dobrou.

Mas Brigitte Lammers ainda se mostra cética quanto à seriedade das empresas em relação a essas mudanças. Ela afirma que muitas estão "fixadas em aumentar o número de mulheres em cargos executivos sem alterar a cultura da empresa". Mulheres que querem subir na carreira numa cultura dominada pelos homens, diz ela, no geral só o conseguem cedendo especialmente as forças e perspectivas femininas.

Para ela, é necessário agir de maneira oposta. As mulheres não devem apenas ficar tecnicamente integradas nas estruturas existentes, diz ela. Mas devem "usar seu inconformismo como vantagem em vez de se transformar em clones da opinião de líderes ou grupos dominantes dentro da companhia".
(Tradução de Terezinha Murtino)

Rita Bizerra, com notícias.uol.com.br

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