O papel da mulher na economia doméstica e dicas para evitar a inadimplência
As três últimas pesquisas do “Perfil do Inadimplente”, elaboradas pela Tele Cheque, empresa especializada em análise de crédito em compras com cheques, têm apresentado as mulheres como a maioria dos consumidores inadimplentes: os índices apontaram 57% de mulheres contra 43% de homens (agosto a outubro/2012), 56% contra 44% (novembro e dezembro/2012) e 55% de mulheres contra 45% de homens (janeiro e fevereiro/2013). O principal motivo declarado para a inadimplência em todas as pesquisas foi o descontrole financeiro.
Após observar estes resultados, o senso comum seria afirmar que as mulheres são mais consumistas que os homens e por isso se tornaram inadimplentes. Porém, observando o contexto socioeconômico brasileiro, alinhado a outras pesquisas, é possível verificar outra situação: a mulher é a gerente financeira do seu lar, tomando desde as decisões simples, como as compras na feira, até as de maior impacto, como a viagem de férias da família.
Os dados do último Censo, realizado pelo IBGE em 2010, indicam que a mulher é a chefe de família em 37,3% dos lares brasileiros. Se compararmos esses dados com os de uma década atrás, nota-se que quase dobrou o número de famílias chefiadas por mulheres – no ano 2000, o índice foi de 22,2%. Esses dados confirmam o atual papel das mulheres, que assumem os pagamentos e naturalmente os riscos que estas situações implicam.
Com o intuito de auxiliar estas gestoras – 'super-heroínas' solteiras, casadas, separadas, viúvas, enfim, que tem um lar ou uma família para cuidar –, trago sete dicas para elas agirem de forma consciente na hora da compra, seja para a casa, para a família ou para si próprias:
1. Planeje-se. Veja quanto dinheiro você precisa para cumprir suas metas e poupe, mesmo que seja uma pequena quantia mensal.
2. Aprenda a ter controle emocional e espere o melhor momento para comprar. Você pode fazer uma lista, dividida em duas partes: o que você precisa ter e o que você gostaria de ter. Ande com esta lista na carteira, pois em um momento oportuno você pode encontrar o que precisa ter, por um bom preço. O item “o que você gostaria”, somente quando sobrar uma quantia no final do mês.
3. Observe bem os itens que há em casa, principalmente nos armários, estantes, guarda-roupas, para evitar a compra de coisas que você já tem, simplesmente por não vê-las e nem se lembrar delas.
4. Pesquise os preços de cada item na internet e nas lojas. Lembre-se de consultar também os valores do frete, condições de pagamento e as possíveis taxas.
5. Procure comprar a longo prazo somente itens de maior duração, para evitar a frustração de continuar pagando por algo que já acabou.
6. Quando possível, compre itens que tenham preços mais baixos, como os “similares”. É o caso de roupas: nas lojas de fast fashion é possível encontrar coisas bacanas e muitas vezes por um valor até 70% menor que nas lojas de marca. Lembre-se: a moda passa e nem sempre vale investir tanto dinheiro em um item tão caro (e que você não sabe se continuará usando). O mais importante é ter bom gosto.
7. Caso já esteja endividada, deixe as compras de supérfluos para depois que suas dívidas estiverem quitadas, por mais barato que seja (a família pode deixar para outra hora a compra do DVD player, assim como você pode deixar aquele celular novo de lado por um tempo). Invista tempo na negociação das dívidas, acerte as contas, reinicie seu planejamento. A satisfação ao realizar a compra adiada será muito maior.
E por fim, por mais racional que seja, toda a mulher tem sua hora de tristeza. Mas nada de sair comprando sem pensar, para acabar com as carências. A sensação é momentânea e a conta que vem depois é bem cara. Com certeza, seu dinheiro agradece e o seu futuro também.
- Dirlene Costa Martins, diretora de recuperação de crédito da TeleCheque.
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