Eu pequei por amar de menos? Mais, naquele momento, eu jamais percebia que as minhas atitudes e/ou a minha falta de zelo com o que poderia ter vida alongada, seria a causa do fim, de um amor que acreditava ser eterno, ou que, ainda não fosse eterno, pudesse durar até que a morte viesse a nos separar.
Na verdade, eu também não era amada demais, haja vista, ele nunca se preocupou de atender o meu celular, de revisar a minha bolsa, de ser curioso com as minhas conversas de msn, pois na época ainda não conhecia o facebook, e, da mesma forma, agia em relação aos seus contatos.
Eu não seguia os passos dele sequer dentro da nossa loja.
Fosse cliente, fosse funcionária, eu nunca me preocupei em dar atenção às conversas, mesmo quando houvera necessidade dele se aproximar mais daquela pessoa, para falar em voz baixa.
Depois da perda é que percebi que há uma diferença considerável entre as atitudes masculinas e femininas, pois eu agia assim, por imaginar que era amada e que jamais seria traída, em contrapartida ele agia assim, pela fato de me aperceber como alguém indesejada e dependente de si para continuar a vida.
Então, nós dois estávamos enganados, e, puro, e, simplesmente, por falta de diálogo. A correria da vida nos separou com uma parede de vidro, sobremaneira, que nos víamos, porém, não mais tínhamos tempo de nos tocar, de nos manter um diálogo afetivo e passamos a considerar esse convívio, uma necessidade para darmos conta dos nossos afazeres, empresariais, profissionais, sociais e domésticos. Isso a gente partilhava como sendo obrigações.
O lamentável é que quando descobrimos a verdade, o nosso amor, a promessa oficializada naquele dia, no qual consagramos a nossa união, já não mais existia em nossas vidas, estavam insustentáveis e, essa mesma verdade, nos conduziu para o fim. Aquela calmaria, a decisão de não invadir a privacidade do outro, a exigência de não priorizar a família, nos fez mudar de vida, e, talvez, despertou em nós, mesmo sendo tarde, a necessidade de agirmos como pessoas que amam mais... para dar sustentabilidade a um relacionamento.
Rita Bizerra
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