Estudantes do Ensino Médio,
Josimar Caldas e eu já escutávamos nas ruas da cidade a conversa, de que no
Cemitério de São João Batista, em Olho d’Água, não se podia mais fazer um
túmulo.
O tempo foi se arrastando e
quem falecia próximo ao Distrito do Socorro (Barrocão) era sepultado por lá. Os
que faleciam mais próximo da cidade, que não havia um Túmulo Familiar, adotaram
a ideia de abrir covas entre dois Túmulos, ocupando assim, todas os espaços, devidos e indevidos. Depois fecharam as avenidas do
cemitério e o tráfego interno daquele lugar, passou a ser literalmente, sobre os defuntos
mesmo, sem o menor respeito.
Na Gestão Municipal de 1989-1992,
o primeiro mandato do ex-Prefeito Francisco de Assis Carvalho, quando respondia
pela Pasta da Administração, sempre que falecia alguém no município e o Prefeito não estava na cidade, eu era
procurada pelos familiares do corpo fúnebre e ou pela saudosa Zeladora do
Cemitério, que me traziam o mesmo problema. Onde sepultar o defunto? Até que
certa vez, não irei aqui citar nomes para não causar constrangimento para
outras pessoas, mas, aconteceu um fato pitoresco.
Uma família havia se mudado
para a nossa cidade, e em poucos meses faleceu a matriarca da família, passamos
mais de 24 horas tentando localizar um espaço neutro para sepultar o corpo e
não conseguimos. Por fim, ao escurecer eu fui pessoalmente à casa da Zeladora,
que era uma senhora carismática e estávamos olhando uma para a outra, chorando
de compaixão daquela família, sem encontrar uma saída. Foi quando eu
autorizei De Jesus (a zeladora) mandar abrir a Cova da minha Avó “Mãe Rita” e sepultar a
Senhorinha.
Era uma noite de sexta-feira
e quase não dormi esperando amanhecer o sábado, dia de feira na cidade e estava
preparada para receber broncas, do Meu Pai, Tios e Primos e foi o que realmente
aconteceu. Meu Pai, simplesmente, me abraçou e com os olhos embebidos em lágrimas,
ratificou. “Esta é a minha filha”.
Um pouco aflita, conversamos:
Eu: - Pai, o senhor não vai
me dar uma bronca?
Pai: - Não minha filha. Você
fez o que tinha que ser feito.
Eu: - E seus irmãos, o que
vão dizer?
Pai: - Esse problema não é
seu. Com os meus irmãos eu me entendo.
Uffa! Meu Pai sempre foi a
minha Fortaleza no chão. O nosso amor ainda é hoje, incondicional, empresário
Josimar. Então, não tive maiores problemas, por essa minha atitude, apenas um
primo distante veio me reclamar mais tarde e como tinha o aval do meu pai,
respondi pra ele que não podia deixar o corpo alcançar a putrefação, na sala de
casa, entre os filhos e marido, sem ter uma solução. Tudo se acalmou e, nos
dias de hoje, sempre que visito aquele Cemitério, em Dias de Finados, lá estão
os filhos da senhorinha, rezando e ascendendo velas, enquanto que os meus
parentes reclamantes, sequer pisam na cidade, no Cemitério muito menos.
É assim a vida. Não vale a
pena dificultar a vida do outro quando se pode facilitar.
Se você tem e o outro
precisa compartilha, estamos aqui para servir, para ensinar, para agir diante
de algumas situações proporcionadas pela sua vida ou pela vida do outro.
Pois é amigo Josimar, você
saiu para a capital, foi criar uma oportunidade maior de crescer e venceu barreiras,
arriou muralhas e, enfim, construiu o seu Castelo.
Eu nunca consegui ficar
muito distante da nossa terra, ora passeio pouco, ora passeio mais. Quando me
dão oportunidade estou sempre por lá e ouvi nesse espaço de tempo muitas
histórias, desculpas e nada de um Cemitério Novo para a população de Olho d’Água.
De todas as histórias a mais
engraçada que ouvi foi a do supersticioso mito: “Quem constrói um cemitério é o primeiro
corpo a ser sepultado nele”.
Mas, a melhor história que
ouvi e que senti um orgulho danado, foi: “o empresário Josimar Caldas construiu
um Cemitério e deu de Presente à Prefeitura de Olho d’Água”. O “porquê” muitos
conterrâneos nossos criaram em versões diferentes.
Pense que povo inteligente
esse nosso! Por isso o meu amor por esse povo cresce a cada dia. É um Povo
arretado de Bom e Criativo!
Escutei todos os “porquê
Josimar construiu um Cemitério para Olho d’Água”, mas, como o meu instinto
jornalístico não divulga tudo o que ouve, sem constatar a veracidade dos fatos.
Procurei ouvir a alma de Josimar, avaliar seus sentimentos com a minha alma
arretada de Mulher Macho, e, na próxima matéria revelo o “Porquê Verdadeiro, fez nascer o Novo Cemitério de Olho d'Água”, o meu Leitor merece conhecer a História Real.
Parabéns pra vc lindo o que vc fez.e uma história linda.
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